Entrevista | Arthur Anthones

Hey! Tudo bem com vocês?

A entrevista de hoje é com o Arthur Anthones, autor do livro "Até Depois do Fim". Antes, de iniciar a entrevista, eu já queria agradecer ao Arthur pela cordialidade, muito me admirou sua simplicidade e simpatia. E também a nossa colaboradora Raquel Fernandes, por ter feito a ponte para que eu pudesse conhecer o Arthur. Feitos os agradecimentos, vamos à entrevista.

Começando pela forma clássica


Book Bus: Me fale um pouco de você.

Arthur A: Resumindo: sou muito tímido e desajeitado (risos). Não sou muito bom em falar sobre mim porque acredito que, enquanto seres humanos, cada um nos enxerga de uma maneira diferente e particular. Mas posso dizer que sou um cara quieto com poucos amigos e de poucas palavras. Sou quase um antissocial. Tipo: você não vai me encontrar por aí praticando algum exercício físico ou em alguma festa. Sou bastante emotivo também, o que às vezes me dá nos nervos! Sou um ótimo ouvinte e às vezes posso ser um palhaço (isso depende, na verdade, das minhas muitas variações de humor). Acho que sou um pouco esquizofrênico, mas um esquizofrênico legal.



Book Bus: Onde você nasceu e onde mora atualmente?

Arthur A: Nasci na cidade de Caicó no estado do Rio Grande do Norte. Moro na pitoresca São Fernando, também localizada no referido estado.



Book Bus: Fora a leitura, tem outro hobbie?

Arthur A: Adoro ver filmes e séries de TV. Sou um cinéfilo nato! Também gosto muito de ler histórias em quadrinhos, apesar de não lê-las há um bom tempo. Desenhar me relaxa às vezes. Ouvir música também é uma das coisas que faço com bastante frequência. Na verdade, tudo o que faço durante o dia tem que ter alguma música tocando ao fundo. Ah, quase esqueci: adoro observar as pessoas e ver como elas se comportam. É quase como um reality show voyeurístico (risos).



Book Bus: É formado?

Arthur A: Ainda não, mas estou desde 2012 tentando agarrar um diploma de Bacharel em História. Acho que isso daria um bom livro de suspense (risos).

Book Bus: Qual pessoa você mais admira? Por quê? 

Arthur A: Minha tia Suzete, pelo fato de ela ser a pessoa maravilhosa que é e por ter sido sempre assim até hoje sem se importar com o que os outros pensam. Obrigado por tudo, tia! Admiro, também, cada um e todos os escritores nacionais independentes (assim como eu!) que estão espalhados pelo Brasil escrevendo e publicando de forma independente os seus livros, sempre tentando que alguma editora brasileira coloque fé neles, por mais que isso seja uma tarefa tão árdua e às vezes desestimulante. Uma personalidade pública que admiro é o cineasta indiano M. Night Shyamalan. Deveria haver mais Shyamalan’s por aí.



Agora vamos falar de livros;


Book Bus: Qual é o seu livro favorito? 

Arthur A: Fico sempre tentado a dizer que é “Christine”, de Stephen King, mas acho que não ficaria bem comigo mesmo se não dissesse que é o “Quatro Estações”, também do King. “Quatro Estações” é meu livro favorito por um simples motivo: é nele que está o melhor conto sobre amizade já escrito: “Outono da Inocência – O Corpo” que virou filme com o título “Conta Comigo”. Acredito que todo mundo que gosta de seus amigos deveria ler esse conto ao menos uma vez na vida. É incrível! É uma dessas histórias que vou carregar comigo para sempre pelo fato de ela ter me levado aos meus tempos de infância e de amizades perdidas... É melhor parar por aqui antes que eu chore (risos).


Book Bus: Qual foi o último livro que você leu? Você gostou? 

Arthur A: O último livro de ficção que li foi “O Exorcista”, de William Peter Blatty, e adorei. É realmente tenso e às vezes você precisa voltar e reler uma frase para acreditar que leu realmente aquilo que pensou ter lido. Apesar de tudo, a impressão que me deu é que “O Exorcista” é mais uma narrativa sobre fé do que uma história sobre a garotinha possuída berrando obscenidades e cuspindo todo tipo de nojeira. O último livro de não ficção que li foi o magnífico “Box Terror VHS” da Editora DarkSide Books que traz dois livros sobre os bastidores de dois clássicos do terror: “O Massacre da Serra Elétrica” e “The Evil Dead – A Morte do Demônio”. Fiquei igual pinto no lixo (risos).






Book Bus: Como se tornou escritor?

Arthur A: Uma vez eu li em algum lugar que “a dor cria um escritor”. Não sei se isso é verdade e se aplica a todo mundo, mas comigo deu certo. Minha vida sempre foi uma caixinha de pandora (risos) e eu sempre pendi muito para o lado artístico desde criança (fazia as minhas próprias histórias em quadrinhos nas folhas do caderno no final do ano escolar). Até onde lembro sempre valorizei muito as minhas poucas amizades e ficava mal quando elas perdiam a força que tinham no início. Certa vez um grande amigo se mudou para longe. Fiquei muito triste. Li “Outono da Inocência – O Corpo” e tive um estalo. Assim nascia “Até Depois do Fim”. Obrigado, Alifi, Diego e Júnior!



Book Bus: Quanto tempo demorou a escrever “Até Depois do Fim”?

Arthur A: Apenas um mês. Foi em março de 2014, salvo engano... Eu escrevia direto em qualquer horário de folga que tinha: nos intervalos do trabalho para almoçar, depois das aulas noturnas na universidade, nos finais de semana. Foi uma loucura maravilhosa! Toda a história já estava pronta na minha cabeça e eu já tinha até mesmo o final definido. Eu já sabia inclusive como seria o último parágrafo e tudo o mais. No entanto, nunca mais fui tão prolífico assim com livros. Acho que a dor é mesmo um ótimo combustível (risos).



Book Bus: Em questão da publicação do livro: O que foi mais difícil desde a obra pronta até seu lançamento?

Arthur A: Acredito que o mais difícil tenha sido esperar por uma resposta positiva e satisfatória das editoras brasileiras. Recebi algumas respostas positivas, mas nenhuma delas satisfatória o suficiente. Uma delas até disse que meu livro tinha “potencial editorial”. Assim, resolvi publicar o meu pequeno livro sobre amizade através de uma editora independente. Agora o mais difícil tem sido receber os direitos autorais pelos exemplares vendidos (risos). Escrever o livro foi fácil e prazeroso. Editá-lo foi um pouco trabalhoso, mas necessário (droga, sempre há um erro que passa despercebido!). Lançá-lo foi simplesmente uma experiência ao mesmo tempo inesquecível e assustadora. Devo tudo ao meu professor Muirakytan pelos preparos do lançamento do “Até Depois do Fim”. Ele sempre me apoiou e me estimulou. Obrigado, amigo!



Book Bus: O que inspirou os personagens?

Arthur A: Quando as pessoas da minha cidade souberam que eu tinha escrito um livro, foi um espanto geral (risos). Quando elas me perguntaram sobre o que eu tinha escrito, muitas delas acreditaram (e tenho certeza de que ainda acreditam!) que eu tinha escrito uma espécie de autobiografia minha. Bem, não é sobre mim nem sobre os meus complexos infantis e adolescentes, apesar de eu ter me inspirado em alguns acontecimentos pessoais e em pessoas reais do meu convívio diário. Poxa, é quase impossível um autor não colocar um pouco de si em seus livros. Antes de tudo, o autor escreve para si. Escrever um livro de ficção é um processo muito íntimo. É só você, as suas memórias e ideias e o papel e lápis (no meu caso, o notebook). É quase como sexo (risos). Dane-se: os protagonistas do “Até Depois do Fim” foram inspirados por esse que vos escreve e por três grandes amigos que eu tive. Alguns inimigos (bem, não tenho inimigos, mas durante a infância sempre tem aqueles que tentam fazer de você o saco de pancada da turma) também foram essenciais na criação do vilão da história. Todos os demais personagens são reflexos de algumas pessoas que conheci nessa minha curta e tumultuada vida.



Book Bus: De onde tirou a inspiração para os nomes?

Arthur A: Escolher nomes de personagens é para mim uma das coisas mais complicadas e difíceis durante o processo de criação da história. Tem que se tomar muito cuidado para não escolher nomes de conhecidos seus para evitar constrangimentos posteriores. Experimenta só dar o nome de um primo seu a um cachorro pulguento ou qualquer outro personagem esquisitão (risos). Creio que cometi alguns deslizes feios em relação aos nomes de alguns personagens em “Até Depois do Fim”, mas eu estava entusiasmado demais para publicar o meu primeiro livro de ficção! Os nomes dos personagens foram surgindo naturalmente enquanto eu escrevia, sem nenhuma inspiração direta. Os nomes dos personagens de “Até Depois do Fim” não são o ponto forte do livro, mas por incrível que pareça eles já tinham escolhido os seus nomes quando comecei a escrever o primeiro parágrafo.



Book Bus: Quem é o seu personagem favorito?

Arthur A: Com certeza é o Romário (meu Deus, que nome mais horrível para um personagem!). Vejo muito de mim nele, apesar de não ter sido essa a minha intenção original. Eu sempre gostei muito de personagens estranhos, solitários e perdedores. Sempre me identifiquei muito com eles. Romário é assim, apesar de ter sempre uma fagulha acesa em seus olhos e um sentimento dentro de si de que tudo um dia pode melhorar.



Book Bus: Qual seu autor favorito?

Arthur A: Gostaria de dizer que é um autor brasileiro, mas admito que não leio tantos autores nacionais ultimamente desde a época do colégio... Meu preferido é o Stephen King, mas não por causa de seus temas sobrenaturais e fantásticos que o fizeram tão famoso. Amo esse lado obscuro dele, claro, mas o amo ainda mais pelo desenvolvimento fantástico dos seus personagens. King os humaniza de uma forma tão irresistível e verossímil que é quase impossível não se identificar ou se emocionar com qualquer personagem que o Sr. King crie. Ah, lembrei! Gosto bastante do estilo de escrita de Geraldo Medeiros Jr. e Hari Maia, ambos os autores nacionais. Os contos desses dois escritores (e que você pode ler no Wattpad) são irresistíveis e fantásticos! Eles sabem bem o que escrevem.

E para finalizar;



Book Bus: Um recado para os leitores?

Arthur A: Leiam, leiam, leiam e leiam ainda mais. Não importa qual gênero literário vocês curtam. Quanto mais se lê aquilo de que se gosta, mais prazerosa se torna a leitura e o seu próprio dia. Encontre pessoas que gostam do que você gosta de ler e troque ideias com elas, discutam sobre o livro e sobre o autor. Quanto mais se lê, melhor se fala e melhor se escreve também. Leia sem restrições e se quando você terminar de ler um livro muito bom e sentir aquela vontade de escrever um livro ou um conto, por favor, escreva! Você vai se surpreender com o que a sua imaginação é capaz de produzir.

Link da página no Clube de Autores: https://www.clubedeautores.com.br/authors/115272

E o autor também escreve uns contos de horror/suspense/terror no Wattpad, segura o link:  https://www.wattpad.com/user/ArthurAnthones


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Beijos e Abraços
- Ágno Rosa Vilar

5 comentários:

  1. Pessoal do Book Bus, foi uma experiência gratificante e edificante fazer parte da entrevista. Agradeço imensamente pela oportunidade que me deram de aparecer por aqui. O Book Bus é um blog lindo, agradável e aconchegante e vocês que fazem a equipe estão de parabéns pela organicidade e pelo tratamento proporcionado aos seus seguidores. Quero deixar aqui registrado os meus mais sinceros agradecimentos ao Agno e a Raquel que se mostraram duas pessoas incríveis e que já considero como dois bons amigos. Vocês são demais!

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    1. Obrigado pelas belas palavras. A equipe Book Bus agradece. Foi um prazer fazer essa entrevista com você. Grande Abraço!!

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  2. Sou leitor assíduo de Arthur. Acredito que será uma das revelações da literatura contemporânea. Um abraço a ele e a todos vocês que realizaram uma linda entrevista.

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    1. Geraldo, grande amigo, agradeço bastante por ler a minha entrevista e pelo seu belo comentário. Você não sabe o quanto seu comentário me fez feliz. Muito obrigado pelas palavras. Já sabe que eu sou seu fã, né? Grande escritor!

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    2. Olá, Geraldo! Obrigado por visitar o blog. O Arthur é sim um grande escritor. Li apenas uma obra dele, mas pretendo ler todas elas. Grande Abraço!

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